terça-feira, 24 de janeiro de 2012

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Bons, maus e assim-assim


A separação entre o Bem e o Mal remonta ao dia em que Adão e Eva comeram o fruto proibido. De forma semelhante, existe, desde sempre, uma tendência para dividir também as pessoas em duas categorias consequentes: os bons e os maus. Essa divisão perpetua-se de geração em geração, sendo apresentada aos mais pequenos também pelos contos infantis, confirmando-se depois em páginas de livros e enredos de filmes.

Na verdade, bom e mau co-existem dentro de cada um de nós. Tal como, mais especificamente, existem emoções e sentimentos diferentes como a raiva, o ódio, a inveja, o ciúme, a tristeza, a ternura, o amor ou a paixão, habitando como vizinhos de um mesmo prédio. Ninguém é completamente bom e ninguém é absolutamente mau. Somos bons e somos maus em situações diferentes ao longo da vida. Catalogar o mundo rigidamente em preto e branco é demasiado redutor. É bom aceitar que certas coisas, são, simplesmente, cinzentas, se quisermos ser realistas e, logo, mais ajustados.

Somos dinâmicos, não estáticos. Somos complexos. Negar que possuímos características boas e más é negar essa complexidade. Uma ferramenta chave para compreender e aceitar esta perspectiva é a tolerância. Para com os outros e para connosco próprios. Essa tolerância permite-nos viver e sentir mais pacificamente as relações humanas que nos envolvem e aceitar que temos direito a cometer erros, tal como todos os outros.

Efectivamente, a cultura judaico-cristã moldou-nos ao longo dos tempos segundo esta grande divisão entre o Bem e o Mal. Promovem-se os sentimentos/actos bons, deixando a culpabilidade a pairar em cima das cabeças (ou bem agarrada às costas) quando nos apercebemos que fizemos ou sentimos algo menos bom. Por outro lado, se quisermos justificar-nos com isso, essa mesma cultura católica também nos ensina o perdão e a tolerância, logo, dá-nos igualmente a chave para a questão. Talvez, mais do que um fundamento cultural ou religioso, seja sim uma forma de sossegar o espírito. No fundo, encontrar e atribuir rótulos é uma forma de serenar a dificuldade que temos em aceitar tudo o que é ambíguo, indefinido e instável. Sim, gostamos de fingir que sabemos as respostas a todas as perguntas.

Se pensarmos que o nosso único defeito é a teimosia (exemplo que se retira de inúmeras entrevistas que se encontram por aí) ou somos descaradamente mentirosos ou, mais grave que isso, nunca parámos para pensar sobre o que há de menos bom dentro de nós. Todos temos a nossa bagagem de vida, produto da nossa história. Gostemos ou não, essa bagagem faz de nós quem somos e, embora possamos sempre (e felizmente) transformarmo-nos e melhorarmos, para isso é preciso, primeiro, questionar-nos sobre nós próprios e reconhecer que temos falhas.

Young heart run free

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Pedrinha (Da falibilidade humana)

Ter humor, saber gozar com as suas próprias falhas, inferioridades e insucessos – assim como com as de quem amamos – é aceitar a dimensão finita das nossas competências e a falibilidade dos nossos conhecimentos e acções. Só os doidos se julgam omnipotentes; e os estúpidos, infalíveis.

António Coimbra de Matos

quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

O Beijo

O Beijo - Klimt

“A sedução é um percurso para a vida e há que saber encantar a dois” (Catarina Rivero, para quem um "beijo" à beira de um "precipício" simboliza a força de uma relação)

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Pedrinha (Da aceitação/rejeição)

O conflito relacional básico é entre o desejo de ser aceite e o receio de ser rejeitado.

António Coimbra de Matos

V



Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.

Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.

Pablo Neruda

sábado, 7 de janeiro de 2012

Histórias ao adormecer


À noite acontecem coisas estranhas. Somos, em algum momento da nossa vida, vulgarmente atacados por criaturas assustadoras, monstros e fantasmas, que não estão necessariamente debaixo da cama ou atrás do armário, mas sim bem dentro de nós (como diria Stephen King).

De onde vêm estes monstros, que têm especial preferência em “assustar” os mais pequenos? Há quem responsabilize os programas televisivos ou os videojogos mas, na verdade, o cerne da questão está na insegurança da criança, que fornece o terreno ideal para que se instalem. A criança internaliza os elementos mais assustadores da realidade, sejam bruxas, papões ou ladrões, e eles são sempre tão mais horrendos quanto maiores forem as suas angústias. Não é apenas desligando a TV que desaparecem, pois surgirão numa outra esquina qualquer da vida dos mais pequenos, nem que seja numa noite de trovoada. E ajuda muito um abraço apertado e um colo que aconchegue, côncavo, muito mais eficaz do que uma racionalização qualquer do género: “Os monstros não existem!”.

Muitas vezes, quando a criança não quer ir dormir, percebemos que aquilo que ela realmente teme é acordar na manhã seguinte e ter perdido alguma coisa. Não o cabelo, não os dentes, nem sequer perder um brinquedo. Simplesmente, medo de perder os pais. Não estamos a falar de processos conscientes mas sim inconscientes. Nenhuma criança tem capacidade de aceder ao seu inconsciente e descobrir por si própria o motivo que se esconde por detrás dos seus medos (nem os adultos, quanto mais as crianças…!).

Dormir é uma separação, equivalente a ir para a escola ou para a casa de um amigo. Dormir é estar fisicamente longe de quem amamos, o que só é simples e natural para crianças suficientemente confiantes no amor dos seus pais. Porque há tantas crianças a querer dormir bem juntinho à sua mãe? É necessário existir confiança no outro e no amor que o outro nutre por nós, para que a distância física não seja confundida com distância afectiva. Para que seja possível largar a mão da mãe sem medo e arriscar fechar os olhos, sabendo de antemão que quando os reabrirmos está tudo exactamente como dantes: no sítio.

Num mundo em que pais e filhos guardam pouco tempo para se mimar mutuamente, onde as crianças crescem cada vez mais entregues a si mesmas, e quando nasce a noite, no escuro e no silêncio do quarto, tem que haver alguma coisa que garanta que, apesar disso, não estamos, nem ficaremos, sós. Essa convicção tem que morar dentro de nós, sendo da responsabilidade dos pais fornecer satisfação e segurança suficiente à criança para que ela nunca se sinta só, nem nos momentos em que está efectivamente mais sozinha.

terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Estar

"Meu" Filho!



 Filho é um ser que nos foi emprestado para um curso intensivo de como amar alguém além de nós mesmos, de como mudar nossos piores defeitos para darmos os melhores exemplos e de aprendermos a ter coragem. Isto mesmo! Ser pai ou mãe é o maior acto de coragem que alguém pode ter, porque é expor-se a todo o tipo de dor, principalmente o da incerteza de estar a agir correctamente e do medo de perder algo tão amado. Perder? Como? Não é nosso, recordam-se? Foi apenas um empréstimo.

José Saramago

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Pedrinha (De Sao Paulo aos Coríntios)



O amor é paciente, o amor é prestável, não é invejoso, não é arrogante nem orgulhoso, nada faz de inconveniente, não procura o seu próprio interesse, não se irrita nem guarda ressentimento. Não se alegra com a injustiça, mas rejubila com a verdade. Tudo desculpa, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.

São Paulo, I Coríntios, 13, 4-7.

domingo, 1 de janeiro de 2012

Coisas Boas

Homem-Carne vs Homem-Espírito (ou "O Amor")


Vivemos no momento histórico em que se aproxima a integral instalação da Nova Era, tempo em que efetivamente haverá mudança radical na Terra, não somente climática ou geográfica, como tanto propalado; mas, principalmente, transformações de valores e visões espirituais. Como já desenvolvi em outros textos, a Nova Era está sendo implantada, mais acentuadamente a partir de 2004 e, a cada ano, com mais intensidade até o derradeiro ano de 2012, conforme tem sido informado por recentes mensagens canalizadas, coincidindo estas com previsões de antigos povos e com constatações científicas.

Toda a mudança energética que está sendo vivenciada pela Terra tem afetado intensamente todos os seres vivos. Tenho chamado esta influência energética de sintonização, que de uma forma concreta estamos sendo alvos, afetando e alterando o nosso código genético para nos tornar, efetivamente, seres espirituais. Isso tem modificado a nossa frequência, fato extremamente necessário para adequarmos aos novos padrões energéticos que estão sendo formados e acelerados a cada novo dia, intensificando-se até o ano de 2012, quando, então, tudo leva a crer, somente conseguirá viver na Terra quem vibrar energeticamente de forma compatível com o planeta.

Ao nascer de novo dia, uma nova Era desponta, renascendo a Terra, renascendo as pessoas, acordando os espíritos adormecidos na matéria-humana, ligando a Terra ao Céu, trazendo o Céu para a Terra. O sentimento verdadeiro para tudo que existe é o amor incondicional para o homem-espírito, novo habitante terreno.

Moacir Sader

Feliz Ano Novo